domingo, 7 de agosto de 2011

Estória: Um pouco da História de um Famoso Português

Esta estorinha  que segue foi criada para uma aula de português, em 1996, para entender o que era homonímia, paronímia e polissemia; e que foi aprovada pela professora e seus alunos.

UM POUCO DA HISTÓRIA DE UM FAMOSO PORTUGUÊS

      Certa vez, estavam reunidas numa boa conversa, Homonímia, Paronímia e Polissemia – três senhoras de considerado respeito no lugar onde moravam. Elas costumavam, com uma certa freqüência, contar as novidades ocorridas em sua cidade, que por sinal, muito conhecida, chamada  Língua Portuguesa.
      Dona Homonímia, começando a lembrar da história do famoso português, deu início a conversa, dizendo:
      - Um português foi eleito, isto é, aclamado pelos colegas como cabeça do grupo. Ele por sua vez, sempre tendo cabeça para pensar, nunca perdeu a cabeça diante de seus companheiros. Isso fazia com que os seus amigos pensassem que o seu equilíbrio valia pelo tamanho da sua cabeça e que era enorme.
      Quando o líder queria tomar a palavra para se dirigir aos seus súditos, usava, às vezes, palavras rudes e fortes, outras leves e suaves, outras também engraçadas e assim por diante, conforme a ocasião, porém, sem sair da linha de um bom português. E o mesmo, sempre com cabeça para agir, muitas vezes brincava homonimiamente:
      - Eu rio de mim mesmo, mas vocês não riam de mim, senão na próxima oportunidade, não levo vocês para o Rio, onde moram outros amigos, para apreciarem as maravilhas daquela cidade e deixarei vocês às margens de qualquer rio ou do riachinho que vocês costumam tomar banho. Vocês não apreciarão um concerto oferecido pelos cantores de vozes belíssimas, onde há acentos graves e agudos nas suas músicas, mas apenas ficarão aí fazendo o conserto de seus assentos que alguém os deixará quebrados. Eu seco minhas lágrimas a sorrirei viajando, enquanto vocês molharão o chão seco ao redor de seus pés.
      Dona Paronímia interveio:
      - Minha irmã, a maneira de você contar essa história foi eminente, mas você sabe que o perigo de exagero está iminente, pois naquele momento, o nosso português, não falou todas essas coisas; como você mesmo disse, ele nunca perdeu a cabeça! Ele, apenas, ratificava tudo o que os outros diziam, quando estavam certos, é claro, e retificava quando havia um erro ou engano. Ele sempre manteve o equilíbrio e não se preocupava demais quando dava para conciliar todas as coisas. Todavia, minha irmã, vamos deixar que Polissemia nos diga algo a respeito, embora ela costuma usar uma mesma palavra para explicar várias coisas, nunca saiu do contexto e nós sempre entendemos.
      - Minhas irmãs, conheço pessoas finas, que além de usarem roupas finas, usam também palavras finas e todas as coisas se tornam finas e fáceis de apreciação. Usem a cabeça, não percam a cabeça! História de português não se aprende só escutando ou lendo nos livros, mas com tudo que se tem na cabeça. A cabeça não foi feita só para estar em cima do pescoço, mas para você descobrir maravilhas com ela. Por isso, Paronímia, se falar bem ratifique; se falar mal, retifique; se a coisa é eminente ou ainda estar iminente, depende para que vai lhe servir. E você, Homonímia, se usar o acento ou o assento, saiba como utilizá-los; se eu rio ou choro às margens de um rio, saiba o porquê do meu riso ou do meu choro.
      Cabeça não é monossêmica, ela é polissêmica! Afinal, vocês têm cabeça para quê? Utilizem-na!
      E assim, naquele dia, deu-se o assunto por encerrado por aprenderem a usar a cabeça e ficar esclarecida essa parte da história do famoso Português.

Autoria: Ir. Maria Elenilza  – MI  
em 1996

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